domingo, 18 de setembro de 2011

" Se tu me amas, ama-me baixinho..."



Estava lendo alguns fragmentos do saudoso Mário Quintana na internet, e encantei-me particularmente com um. Seria este:


BILHETE
"Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda..."



É inevitável não refletir sobre palavras tão profundas e reais. Quem nunca se pegou num início de namoro, onde tudo são flores, no auge da empolgação, querendo gritar ao mundo este amor avassalador?
Há algumas décadas, isto era feito por meio de cartas, gestos reais, intensos, havia toque, olhar.
Atualmente, esta loucura TEM E DEVE ser exposta aos gritos, aos berros, com palavras gigantescas, em orkut e facebook, no intuito de demonstrar a todos a felicidade contida dentro do peito.
Meses depois, acaba-se a empolgação, o namoro termina, tudo vai por água abaixo, e seu orkut fica no mínimo sem graça para os outros. Não tem novidade!
Sou a favor do toque, do olhar, do beijo intenso, da troca de gestos diária, do sorriso REAL e não VIRTUAL do ser amado. Demonstrar que está feliz, muito bem, obrigada, vale, claro, mas "baixinho", "devagarinho".


Sabe aquele ditado de que "a inveja tem sono leve"? Ele existe, e está presente nitidamente em nosso cotidiano.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Chuva, chuva, como te adoro!



Dizem que para escrever é necessária uma imensa força que salta do peito, clamando por uma caneta, papel e, é claro, uma inspiração.
Eu não tinha nenhuma até horas atrás, todavia a chuva fina que recai sobre a cidade em que resido tornou-se minha fonte de ideias.
Observo pela janela o cair dos pingos tão mansos, suaves, serenos, delicados. Estes que todos pediam durante meses de "secura" chegaram.
Esperava uma chegada bruta, com direito à trovões, relâmpagos e rajadas de vento, como se fosse um: "Ei, quanto tempo né?"
Contanto, a chuva desceu como um sorriso de uma criança, um nascer do sol. Quando vimos, já estava lá, molhando plantações e acabando com a poeira infinda.
Isto me remete à vida. No momento em que analisamos ser a pior situação, em vez de nos apavorarmos e encararmos o instante brutalmente, sorria! Sejamos mansos, humildes e tranquilos, assim como a chuva que veio para lavar nossas terras e almas.